Depois de quase seis anos do crime que chocou o país, aconteceu o julgamento de Paulo Cupertino, acusado de assassinar o ator Rafael Miguel e os pais do jovem, João e Miriam. Rafael, de 22 anos, namorava Isabela, filha do réu, relacionamento que o acusado supostamente não aceitava. Apesar das evidências reunidas ao longo da investigação, Cupertino negou ter cometido os assassinatos durante depoimento no tribunal.
“Impossível eu ter cometido esse crime. Eu não tenho que pedir perdão, tá? Porque nunca carrego isso no meu coração. Eu não tenho pesadelo, não sonho, não tenho arrependimento”, declarou, afirmando ainda que “não vem a imagem de eu matando o Rafael, a senhora Miriam e o senhor João”.
Paulo também alegou que nunca teve contato com as vítimas. “Nunca na minha vida eu tive conhecimento do Rafael, da senhora Miriam e do senhor João. Seria o maior privilégio da minha vida ter conhecido o Rafael. Então, foi vetado. Não por mim, porque eu nunca proibi. Eu nunca soube que a Isabela namorava”, afirmou.
Em um novo argumento, o acusado tentou transferir a responsabilidade para outra pessoa. “Eu não fui covarde por ter matado o senhor João e a dona Miriam, eu fui covarde porque eu poderia ter evitado. Quando eu vi a cena, o vagabundo, o infeliz que tava lá, que cometeu isso… Eu tinha força suficiente. ‘Ah, Paulo, mas você corre’. Eu não saio correndo, saio andando”, declarou.
Durante o julgamento, Isabela Cupertino, filha do réu e namorada de Rafael Miguel na época do crime, fez um depoimento emocionado. Em meio a lágrimas, ela falou sobre os traumas e as dores profundas que enfrenta desde o assassinato do namorado e dos sogros.
“As pessoas não se colocam no meu lugar. De todas as vezes que eu me coloquei aqui à disposição para falar abertamente sobre isso, dói. Ainda têm coragem de dizer que eu sou fria, que falo com naturalidade”, lamentou. “As pessoas têm noção de quantas vezes eu tive que repetir a mesma coisa? O tanto de remédio que eu tomo, hoje em dia, para ansiedade, estresse pós-traumático, para todo tipo de problema que desenvolvi por conta da ação de uma pessoa que deveria me proteger”, completou.
Ao final do julgamento, Paulo Cupertino foi condenado a 98 anos de prisão por triplo homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e mediante recurso que impossibilitou a defesa das vítimas. O caso continua a repercutir como um dos mais emblemáticos da última década no Brasil.
Fonte:bnews